quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Minha vida de Amélie Poulain

E eis um post meio de mansinho, falando de mim mesma, com todos os defeitos, medos e incertezas.

Se este fosse um post metalingüístico seria mais fácil, ainda que seja o próprio cotidiano (às vezes doce, às vezes tão duro) que me inspire na hora de escrever. É o meu “lavar a alma”!

Mas falar da gente é sempre mais difícil, nos deixa vulnerável.

Eu sou assim, romântica incorrigível, sonho em demasia, rio quando não pode, chorosa por natureza, brigo por quem eu amo, adoro as coisas simples da vida, preguiçosa e dorminhoca, louca por chocolate, gulosa até não poder mais, viciada em livros, movida a música boa, e muito, muito medrosa às vezes.

"Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida..."

Sempre que assisto ao filme “O Fabuloso destino de Amélie Poulain” começo a pensar na vida (algumas pessoas me dizem que penso demais, será??). Às vezes, e não raras às vezes, tenho a sensação que nos escondemos da felicidade. Tudo bem, muito clichê. Mas porque passar o final de semana inteiro na frente da televisão? Porque evitar aquela conversa? Porque fugir tanto daquela pessoa? Porque não pensar nela quando o que mais quero é pensar nela?

“Pintor: "Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.
Amelie: Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros.
Pintor: E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?"

Não sei se é medo de se envolver, medo de se machucar, afinal, um coraçãozinho calejado começa a ficar resistente, medroso mesmo, com os pezinhos atrás. E não é somente para os mocinhos desavisados não, é como um radarzinho que funciona avisando toda vez que um problema se aproxima. Se bem que o meu radar está mais pra atrair problema do que pra avisar, mas pás de chance!

Sim, “são tempos difíceis para os sonhadores...”

Não deixei de querer meu “segundo sol”, e muito menos de sonhar, os sonhos alimentam a alma. Mas sim, sou medrosa. Esse medo veio das palavras mal ditas, das frases inacabadas, dos beijos que ficaram no ar. Não tenho medo de me envolver. Tenho medo de me envolver demais, e de não ser correspondida. Tenho medo de me apaixonar por aqueles mocinhos que não querem se envolver, arriscar, que preferem namorar a planta (aquela plantinha, sabe?).

Rubem Alves disse: “Eu tenho medo. Eu sempre tive medo. Viver é lutar diariamente com o medo. Talvez esse seja o sentido a lenda de São Jorge, lutando com o dragão. O dragão não morre nunca. E a batalha se repete, a cada dia”.

“… Então, minha querida Amélie…você não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance…então, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto o meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus.”

Como cantou Titãs: "Não fui eu, Não foi você quem escolheu, Viver neste mundo tão frio..."

Assim, continuo minha vida de Amélie Poulain: medrosa mas ainda esperançosa! Quem sabe o mocinho não acorde de um sono profundo na Terra do Nunca... A gente não sabe..

4 comentários:

  1. Meu Deus, sem duvida, este foi o melhor post! Parabens Kawaninha, consegui me emocionar. Sinceramente, são tempos dificeis para os sonhadores, mas temos que perseverar sempre, para conseguirmos alguem que nos mereça! beijoooo

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  2. Oi Kaw !
    Passei por aqui para dar uma espiada, aproveito para parabenizar pelo blog.
    Valeu !
    Beijos do papai....

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  3. Agora que já vi o filme, posso comentar. Eu queria dizer muitas coisas, mas só me vem uma coisa na cabeça: Você é linda mocinha! Muito linda! E olha que eu nunca te vi nem em foto heim. Por favor, continue nos fazendo dizer obrigado.

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  4. Não deixe com que o medo faça parte do seu presente. Transforme o medo apenas em um freio, acionado quando os pedais da vida quiserem acelerar demais.
    Só assim você fará com que o seu presente possa se locomover para onde você guiar.
    Beijos do, sempre,

    B.

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