segunda-feira, 9 de abril de 2012

Just imagine..


"You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one"

domingo, 8 de abril de 2012

Um mundo de desafios

Nova York chegou, passou e ficou pra sempre na minha vida. Um sonho realizado! Mas com o retorno outras coisas vieram: crises existenciais, dúvidas, reflexões e a necessidade de mudança, urgente!

Pra começar foi uma semana inteira pós-NY chorando incessantemente. Muitas crises, lágrimas, sensações, inseguranças também, idéias, desespero, vontades loucas de largar tudo, mas me acalmei. E eu que pensei que isso não fosse passar nunca.. Enfim.

Essa semana li uma coluna maravilhosa da Eliane Brum chamada "Com a boca ela escreveu a vida". Confesso que ri, chorei e refleti muito. Até porque o objetivo da coluna não foi fazer ninguém ter pena da protagonista, a Eliana Zagui, mas aproveitei pra me apegar na coragem e vontade de viver - que aliás ela tem aos montes, e pontuar tudo o que preciso mudar na minha vida.

A Eliana foi uma das vitimas da poliomelite no Brasil, e passou a vida praticamente, toda - sim, mais de 36 anos, dentro de uma UTI no Hospital das Clínicas de SP. Lá ela cresceu, teve infinitas experiências, estudou história da arte, escreveu um livro. Mas lá também ela sentiu o abandono da família, a dor de ver os amigos, também vitimas da polio, partirem um a um, viu a vida passar entre tubos e respiradores.

Os problemas são infinitamente diferentes - para mim é como comparar o incomparável, mas existe uma coisa nela que admiro, invejo e quero muito ser ao menos um pouco parecida: a garra, a vontade, a força e a coragem! Afinal, como diz a frase clichê, problemas todos temos, o que muda é a forma como lidamos com eles.

Hoje me sinto presa. Não é preciso estar em uma UTI e presa a tubos para percebermos isso. Pessoas com muito poder aquisitivo e influência deixam a vida passar sem a menor vontade de fazer qualquer diferença, como se estivessem em coma induzido.

Outras, viram produto da Globo, onde só existe futilidade, champagne, festas e glamour (ou falso glamour).

A educação e o respeito já estão em extinção... A decepção com as pessoas é cada vez maior. Elas são podres, cruéis, egoístas. Sim, elas são. Parei de esperar que as pessoas sejam alguma coisa parecidas comigo. Isso não existe. Eu faço a minha parte, dou o melhor de mim naquele momento e pronto.

A Eliana percebeu a crueldade das pessoas ainda que vivendo em um quarto isolado de hospital. Ou, nas palavras dela,

"Sei que a rotina de hospital, ainda mais numa UTI, não é das mais agradáveis… Muita gente nem tem estômago para entrar aqui. Perdi a conta de quantas pessoas desmaiaram na minha frente. Eu as entendo. Mas não consigo compreender por que alguns começam a nos visitar com constância, criam expectativas e depois desaparecem. São dezenas de casos assim. Pessoas a quem passamos a considerar nossas mães, pais, tios e irmãos. Claro que o sumiço, pelo menos da maioria, tem um motivo. Mas, quando nos apegamos a alguém, a dor da perda é muito grande".

Não espero e nem posso esperar que as coisas sejam diferentes em qualquer outro lugar. É hora de agir. De me apegar à fé, coragem e força que ainda existem em mim e fazer a mudança acontecer. Não posso mudar as pessoas, elas continuarão a ser amargas, cruéis e muitas vezes desalmadas como sempre, mas posso mudar o mundo com as minhas atitudes e a minha forma de ver e lidar com as coisas.

A querida Eliana, com o esforço e admirável criatividade escreveu um livro. Ainda não sei o que posso fazer de diferença, mas com o tempo tenho certeza que vou descobrir. Todos iremos.

Meus prazeres "Amelie Poulain" continuam mais vivos do que nunca, e hoje, graças ao companheirismo de pessoas que amo, estou aprendendo novos prazeres para a vida!

Afinal, a palavra chinesa para "crise" também significa oportunidade. No final, tudo depende do nosso ponto de vista.