Eu sempre pensei que o "inferno astral" era aquele mês muito esquisito (que antecede a data do seu aniversário), em que tudo dá errado e você ainda se sente a pior pessoa do mundo.
Quando as coisas começaram a dar errado de uma maneira um tanto quanto intermitente, reconsiderei o conceito acima, aceitando que talvez o "inferno astral" tivesse migrado para outro mês.
Nem um e, tampouco o outro.
Partindo da premissa de que "tudo muda o tempo todo no mundo", e olha que o meu mundo muda de cor-de-rosa pra preto e branco com grande frequência, me convenci da realidade: Eu tenho a "Síndrome de Amélie Poulain".
Calma, pode ficar tranquilo que eu não estou tendo nenhum surto psicótico. Vou comprovar com estatísticas cientificamente obtidas da minha vida!
Conceito: A "Síndrome de Amélie Poulain" ataca as pessoas sensíveis, de bom coração, que acreditam no amor, no mundo cor-de rosa e que as pessoas podem crescer e nos surpreender das melhores maneiras. Ao contrário de buscarem solução para os seus próprios problemas, se concentram em ajudar a solucionar problemas alheios, levantar o mocinho sem auto-estima, consertar os probleminhas daquele outro, ensinar como tratar bem/conquistar uma mulher/amar para um outro mais, e tudo isso, obviamente, sem usufruir de qualquer benefício (talvez alguns, confesso, ainda que temporários).
Então é assim que funciona: o meu coração ingênuo se apaixona por alguém que precisa ser consertado. Mas não de um conserto mecânico, como fazem os engenheiros; ou comportamentais, como atuam os psicólogos; um dente podrinho para as minhas amigas dentistas; problemas imateriais, para os advogados; ou até mesmo indicar um remedinho com a desculpa da tal virose, como fazem os nossos amigos médicos.
Eles querem consertos dos mais variados:
- Quem ama cuida, não vira mãe;
- Gentileza faz toda a diferença;
- As mulheres se sentem felizes com as coisas mais simples, como aquele chocolate escondido no porta-luvas do carro;
- Nada de dar atenção exclusiva ao védeo-game se ela abriu mãe de tudo apenas para te dar atenção exclusiva;
- Gostamos de homens de palavras. Cumpram os seus compromissos ou pelo menos avise com um mínimo de antecedência;
E por aí vai...
Tudo bem, aposto que muitos só continuaram lendo este post para saber que história é essa de dados científicos. Eu explico o que ocorreu depois de terminados alguns relacionamentos, ou melhor, enumero:
- Minha primeira paixãozinha > Noivo
- Meu primeiro amor platônico > Casado
- Meu primeiro grande amor > Noivo
- Uma paixão de tirar o fôlego > Noivo
- Me apaixonei outra vez? > Casado
- Talvez o gradissíssimo amor > Tá, esse aí eu admito que talvez não tenha conserto.
Acho que já deu para entender como as coisas funcionam.
Premissa menor: eu não tenho ossos de vidro, quero ser feliz, e mais que isso, que alguém me faça feliz.
Uma pena que a "Síndrome de Amélie Poulain" não permita conserto para o meu próprio coração.
Identifiquei demais com este post, muito bom, vc se superou kaw! Parabens
ResponderExcluirDeu até para refletir sobre a minha vida.
Oi Kaw
ResponderExcluirMuito legal o seu post!
incrivel a sua sensibilidade e perspicácia para as sutilezas cotidianas! Continue assim Drª! Menina-mulher que vai longe! Saudades!
Anna Luiza
Belo Post. É muito bom saber que voltou.
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