quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lispectormaníaca!

Conforme prometido, vamos à Bienal. Duas palavras podem definir bem a Bienal 2012 para quem não levará crianças: cilada e decepção. Isto porque a maioria dos estandes oferece produtos infantis.

O número de estandes reduziu consideravelmente e existem várias pegadinhas por lá. As lojas da Leitura e Saraiva, por exemplo, estão com preço de tabela. Os livros promocionais são os mesmos das lojas, exceto pelo fato de que lá estão amontoados em um balcão.

Somente três estandes me chamaram a atenção e fizeram por merecer:


  1. FEB - Federação Espírita Brasileira: Se você quer qualquer título espírita, seja para estudo ou romances, o desconto vale a pena. Livros do Alan Kardec por R$5,00 para montar uma excelente biblioteca. A maioria dos livros estão na faixa de R$5,00 a R$16,00.
  2. Existe um estande em que estão amontoados centenas de livros ténicos. Para quem tiver paciência, achei um pra minha biblioteca de Direito do Trabalho, em excelentes condições, por R$30,00. Realmente um achado!!!
  3. Pockets! Um estando com muitos títulos em formato pocket book e com preços muito acessíveis.

Estava pouco movimentado, então foi fácil estacionar - Estacionamento terceirizado para a Minas Park (R$8,00 a hora), comprar as entradas (R$8,00 a inteira) e andar por lá. Gastamos apenas um hora e terminamos em pizza!

Ainda em clima de Bienal do Livro, ando um pouco viciada nas obras da Clarice Lispector. Quem não se sentiria assim com alguém que se auto-descreve como tão misteriosa a ponto de não se entender?

Não apenas nas obras, mas também na vida dela, e tudo isto por incentivo do Marquinhos, claro!

Ficam então duas citações do livro atual, Água Viva:

"Estou cansada. Meu cansaço vem muito porque sou pessoa extremamente ocupada: tomo conta do mundo. Todos os dias olho pelo terraço para o pedaço de praia com mar e vejo as espessas espumas mais brancas e que durante a noite as águas avançaram inquietas. Vejo isto pela marca que as ondas deixam na areia. Olho as amendoeiras da rua onde moro. Antes de dormir tomo conta do mundo e vejo se o céu da noite está estrelado e azul-marinho porque em certas noites em vez de negro o céu parece azul-marinho intenso, cor que já pintei em vitral. Gosto de intensidades. Tomo conta do menino que tem nove anos de idade e que está vestido de trapos e magérrimo. Terá tuberculosem, se é que já não a tem. No Jardim Botânico, então, fico exaurida. Tenho que tomar conta com o olhar de milhares de plantas e árvores e sobretudo da vitória-régia. Ela está lá. E eu a olho."
É isso por hoje e espero que as dicam sejam de alguma forma úteis!

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